A Forasteiro Produções é parceira do coletivo de arte computacional [+zero] e em 2015 produzimos a gravação e edição do vídeo da performance “Objectos Autonomos” (assista no final do post).
Este vídeo foi selecionado pelo MAFA – Media Art Festival na Romênia e exibido em setembro de 2017.
Convidamos o artista plástico German Alfonso Nunez a contar um pouco sobre como foi a experiência de ir até a Romênia para ver a sua performance ser exibida no festival:
O ARTISTA
Sou artista plástico e historiador da arte, recém doutor pela University of the Arts London, sobre a orientação de Michael Asbury. Desde 2007, junto com Fabrizio Poltronieri e Nicolau Centola, realizo obras com a alcunha de [+zero], coletivo de arte computacional. Fomos nomeados para o Prêmio Pipa de 2011 e vencedores do Rumos Itaú Cultural de 2010 (como ++CAYCE POLLARD).
O FILME
O filme, que na verdade é um registro da performance “Objectos Autonomos”, foi realizado no Instituto de Artes da Unesp, em São Paulo, como parte do festival “Zonas de Compensação”, organizado pela mesma instituição. Ele retrata um jogo simples, com pequenos e simples robozinhos que foram pensados de modo a imitar um desses brinquedos simples, em que um motor de vibracall serve para conduzir o objeto.
Nesse cenário criamos um espaço circular em que esses mesmos robôs se locomovem livremente porém, com um detalhe: uma pequena saída, do tamanho exato do largura dos robôs, leva alguns poucos sortudos a escaparem desse espaço livre porém delimitado. Fora desse círculo, além da saída, o robô é recepcionado por uma palmeira de plástico e, ironicamente, uma outra barreira, dessa vez retangular e que define a borda do objeto.
A performance em si se dá no nosso tato com os robôs. Criamos uma série de perguntas e questionários que servem para medirmos o movimento e “estado de espírito” de cada robô. Ao longo do percurso translocado dos mesmos pelo espaço, medimos tanto a voltagem de suas baterias, o percurso adotado, a neurose de cada objecto etc. Esse mesmo questionário é distribuído para os presentes que ajudam nessa quantificação dos robôs. A documentação dessa performance, assim, eleva o jogo, pois com suas cenas e cortes ela realça pequenos detalhes da ação.
A reação do público foi de curiosidade seguida de empolgação pela possibilidade de colaborar com a performance. Não só as pessoas se dispunham a ajudar a preencher o questionário de observação como também o faziam de maneira séria e centrada.
O FESTIVAL
Fomos convidados pela curadora Ileana Selejan, da University College London, que conheceu nosso trabalho por intermédio de outros colegas nossos. Inicialmente pensamos em uma performance, porém, por motivos de agenda, decidimos enviar a documentação de nossa performance “Objectos Autonomos”, que foi realizada em conjunto com a Forasteiro e com ótima edição de Ernesto.
Sempre é importante mostrar uma obra fora dos circuitos e contextos normalmente frequentados por nosso coletivo. Essa foi nossa primeira mostra na Romênia e, pelo breve retorno da curadora, não será a última. O Media Art Festival de Arad já está na sua quarta edição e tem reunido vários artistas locais, normalmente incluídos nessa coisa de “arte digital” ou “new media”. Ele cresce a cada edição e, assim, ganha importância no contexto romeno. É bacana ver nosso trabalho reconhecido em um contexto tão distinto ao nosso.
***
FICHA TÉCNICA:
Imagens: Ernesto Andreghetto
Rodrigo Pinder
com: 5D Mark II e 7D lentes 70-200m, 24-104m e 50mm
Som direto: Felipe “Zurkka” Tadeu
com: Gravador Tascam Dr-40 com Micrfone Boom Rode
Montagem e finalização de cores: Ernesto Andreghetto
***